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Estudos do IAC ajudam a verificar que vírus do tomate também ataca a batata

Transmitido pela mosca branca, inseto de difícil controle químico, o Crinivirus (Tomato chlorosis vírus – ToCV) já é velho conhecido dos agricultores de tomate. Em 2011, pesquisas com a participação do Instituto Agronômico (IAC-APTA), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento, constataram que o vírus está atacando também os batatais do país. Além da redução na produtividade, que pode variar de 20% até mais de 50%, o vírus afeta também o uso da produção como batata-semente certificada, ou seja, de alta sanidade e livre de doenças.
Em meados da primeira década do século XXI, os batatais brasileiros voltaram a manifestar sintomas similares àqueles causados pelo vírus do enrolamento das folhas da batata – PLRV, praticamente erradicado na década de 1990. Esses fatos preocuparam muitos estudiosos da cultura, como o pesquisador José Alberto Caram de Souza Dias, que logo levantou a possibilidade de o PLRV, transmitido por pulgão, agora estar sendo também transmitido pela mosca branca.
Testes realizados no IAC comprovaram que, apesar de a transmissão ocorrer de forma pouco eficiente pela mosca branca, a maioria das plantas com sintomas típicos causados pelo PLRV não estava contaminada por esse vírus. Foi só em 2011 que pesquisadores da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ-USP), em testes para detecção de vírus transmitido por mosca branca em amostra de tubérculos de batata, constataram a presença de uma espécie de vírus recém-introduzida na tomaticultura brasileira, o Tomato chlorosis vírus (ToCV), que é uma espécie do gênero Crinivirus, transmitido por mosca branca.
Esses pesquisadores, com base nos estudos do IAC, confirmaram a associação do ToCV com os sintomas típicos do PLRV em plantas de batata. “Verificamos a expansão de nova virose na bataticultura, o Crinivirus, que é transmitido por diferentes espécies da mosca branca, principalmente a Bemisisa tabaci, inseto de alta infestação e difícil controle químico, capaz de se alimentar de mais de 600 espécies de plantas e transmitir mais de 70 diferentes viroses na agricultura”, diz o pesquisador do IAC.
Prejuízos financeiros
Os prejuízos financeiros são muitos. Além da redução na produtividade, o produtor é obrigado a comprar, com maior frequência, batata-semente certificada para garantir que a próxima safra esteja livre de viroses e outras doenças. “Para atender a demanda do produtor, o Brasil tem que importar cada vez mais lotes básicos de batata-semente de alta sanidade e livre de vírus, o que causa dependência do mercado externo”, afirma Caram.
O melhor remédio contra o Crinivirus é a prevenção, uma vez que a cura de plantas infectadas por vírus não é um procedimento aplicável na agricultura. “As viroses são geralmente transmitidas por insetos vetores tais como o afídeo ou pulgão, o ácaro, o tripe e a mosca branca. Nesses casos, o controle deve ser direcionado a esses agentes vetores, especialmente durante a fase mais jovem da plantação e, portanto, mais suscetível à contaminação em campo”, explica o pesquisador.
Para evitar a contaminação das lavouras por viroses, Caram informa que é importante escolher local e época de plantio com menor incidência ou ausência do vírus e dos agentes vetores. Outra dica é escolher variedades mais resistentes às viroses e efetuar o controle dos insetos vetores de forma integrada, ou seja, químico, físico e biológico. Além disso, o pesquisador ressalta que é imprescindível avaliar a sanidade da cultura durante todo o ciclo. “O controle pode ser feito através da exposição de plantas indicadoras da virose e testes laboratoriais de amostras da produção”, afirma.
Uma alternativa que pode garantir uma lavoura livre de viroses é a produção de batata-semente em estufa a partir da tecnologia Broto/Batata-Semente, desenvolvida pelo IAC. “Se o lote de tubérculos comprados como batata-semente é livre de vírus, seus brotos serão livres de vírus”, diz o pesquisador. Enquanto os tubérculos desbrotados são plantados normalmente em campo, para aumento do lote de batata-semente básica, os brotos são plantados dentro de ambiente protegido. Esses brotos dão origem a minitubérculos também livres de vírus. “Todo o processo de produção de batata-semente se beneficia com menor custo na produção e maior sanidade”, completa.
Aproveitamento dos brotos
Com essa nova virose, transmitida por mosca branca, sempre que o produtor for plantar um lote de tubérculos-semente de alta sanidade em campo, deverá pensar em obter maior taxa de multiplicação desse lote de batata-semente, fazendo  o aproveitamento dos brotos, segundo a tecnologia IAC, do Broto/Batata-Semente. Com essa tecnologia, o produtor dobra o lote de batata-semente básica (na forma de minitubérculos), reduzindo o risco da rápida contaminação que geralmente ocorre nos tubérculos batata-semente quando plantados no campo.
Com a aplicação dessas práticas recomendadas pelo IAC, evita-se a rápida contaminação e, portanto, consegue-se a manutenção da sanidade do lote de batata-semente básica “Se não há plantas infectadas no campo, e se este está distante de outros contaminados, o risco de o inseto vetor disseminar o vírus de fora ou dentro da lavoura é menor. No caso da plantação dos brotos, que é feita dentro de telados anti-insetos, também se reduz o risco de viroses na produção extra de minitubérculos-sementes”, explica Caram.
O produtor interessado em conhecer a tecnologia do broto de batata-semente pode procurar, na Fundação de Apoio à Pesquisa Agrícola – FUNDAG – (www.fundag.br), o CD que ensina o passo a passo para a produção de minitubérculos de batata a partir do broto. Além disso, o pesquisador do IAC José Alberto Caram de Souza Dias pode atender qualquer solicitação através do e-mail: jcaram@iac.sp.gov.br
Texto: Raquel Gomes Hatamoto(estagiária de jornalismo)
Assessoria de Imprensa do IAC
Carla Gomes/Mônica Galdino
Raquel Gomes Hatamoto (estagiária)
(19) 2137-0613/0616
Assessoria de Comunicação da APTA
José Venâncio de Resende
(19) 5067-0424

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