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Atlas Socioambiental da Bacia do Ribeirão das Anhumas é lançado nesta quinta, 7, no Instituto Agronômico

Por Carla Gomes (MTb 28156) – Assessora de Imprensa – IAC
 
Quando o assunto é hidrografia, o cidadão sabe o que é bacia? Os campineiros conhecem algo sobre a Bacia do Ribeirão das Anhumas, que tem 150 Km2 e está na área mais densamente urbanizada do município? Para aproximar esses conceitos e suas relevâncias para a vida da população, um grupo de instituições, dentre elas o Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, desenvolveu um pesquisa e organizou um Atlas, aquele livro grandão que não pode faltar em escolas.
O Atlas Socioambiental da Bacia do Ribeirão das Anhumas reúne em 182 páginas muito bem ilustradas conhecimentos regionalizados integrados sobre o tema. A publicação será lançada neste dia 7 de agosto, às 14h, na Sede do IAC, em Campinas. O Atlas será distribuído às escolas que estão na Bacia do Ribeirão das Anhumas, em Campinas, município que tem 97% da Bacia. Os outros 3% estão em Paulínia. Há também a versão on line, disponível no site do Instituto Agronômico (IAC).
A publicação traz os resultados de um diagnóstico socioambiental desenvolvido em pesquisa multi-institucional, coordenada pelo IAC, durante quatro anos. O objetivo foi desenvolver um material didático baseado em estudo feito em Campinas que possa apoiar os professores com informações da realidade local. “Esperamos que os educadores usem as informações para contextualizar o ensino com olhar para a realidade de Campinas”, diz Roseli Buzanelli Torres, uma das organizadoras do Atlas e pesquisadora do IAC, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo.
Além de o Atlas constituir uma ferramenta educacional, espera-se que as informações reunidas possam contribuir para minimizar o distanciamento das comunidades urbanas em relação às bacias hidrográficas em que estão inseridas. “Esses conhecimentos da localidade atualizados e integrados não estão presentes na escola e nem no cotidiano das populações organizadas”, afirma Maurício Compiani, professor do Instituto de Geociências da Unicamp.
 Os pesquisadores fizeram levantamentos diversos, incluindo a fauna e remanescentes de vegetação nativa, com riqueza de espécies, sendo que o maior volume é composto por bosques. Uma parte da Mata de Santa Genebra está dentro da Bacia.
Há também um levantamento de solos que traz contribuição para os segmentos rural e urbano, como geotecnia, para fins de engenharia civil, e recarga de aquíferos. A pesquisa traz dados sobre solos antrópicos, mostrando os tipos de influência da atividade humana nos solos. “A área bem central de Campinas coincide com algumas cabeceiras da Bacia, há áreas dinâmicas, perto da foz do rio, que eram rurais e onde começam a aparecer condomínios”, diz Roseli. O Atlas traz também um mapeamento de área de preservação permanente. As informações reunidas poderão ser adotadas também pela Prefeitura Municipal, que poderá usar mapas georeferenciados e atualizá-los.
O Atlas Socioambiental da Bacia do Ribeirão das Anhumas reúne o histórico de ocupação da Bacia, com dados socioambientais e arrolamento de riscos ambientais. “O levantamento dessas informações foi feito de forma participativa, com envolvimento das comunidades informando os riscos existentes no alto curso do rio, no meio e no baixo curso do rio”, afirma a pesquisadora.
Dentre os assuntos abordados na obra, está a relevância das matas ciliares para a conservação dos recursos hídricos. Assim como os cílios protegem os olhos humanos das impurezas, as matas ciliares têm a função de resguardar os cursos de águas. A preservação e recomposição dessa vegetação são fundamentais para a manutenção da qualidade das águas, ao favorecer a penetração de água no solo, alimentando o lençol freático e aumentando a reserva hídrica.
Bacia? O que é?
Para entender o que vem a ser bacia hidrográfica é bom pensar na ideia de bacia mesmo, aquela que a população normalmente tem em casa. A bacia hidrográfica recolhe a água da chuva que cai na região.
 Em Campinas, a Bacia do Ribeirão das Anhumas — que se caracteriza por ser mais urbana que rural — tem início no bairro Taquaral, com o Córrego São Quirino, segue pelo Rio das Pedras, em Barão Geraldo, e vai até Paulínia, onde desagua no Atibaia.  Os bairros Proença, São Fernando, Anchieta e Monsenhor Salim (área do Parque Ecológico) também são banhados pela Bacia que dá nome à obra.
Segundo os pesquisadores do Instituto Agronômico, Roseli Buzanelli Torres e Ricardo Marques Coelho, a escolha pela Bacia foi incentivada por uma enchente do Anhumas, em 2003, que causou muitos prejuízos. A Bacia faz parte da Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Bacia do PCJ).
 O Atlas Socioambiental da Bacia do Ribeirão das Anhumas reúne profissionais de diversas instituições de pesquisa e ensino. Além do Instituto Agronômico (IAC), fazem parte do trabalho: Universidade Federal de Integração Latino-Americana (UNILA), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Prefeitura Municipal de Campinas, Instituto Florestal, Universidade de Brasília, Universidade Federal de Alfenas (Unifal-MG). A publicação tem como organizadores os pesquisadores do IAC, Roseli Buzanelli Torres e Ricardo Marques Coelho, e o geógrafo da UNILA, Samuel Fernando Adami. 
A publicação é fruto de um projeto de pesquisa “Recuperação ambiental, participação e poder público: uma experiência em Campinas” (Projeto Anhumas). O projeto — coordenado pelo Instituto Agronômico e transferido para duas escolas públicas de Campinas — foi desenvolvido durante quatro anos, com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (FEHIDRO). O suporte para administração dos recursos foi feita pela Fundação de Apoio à Pesquisa Agrícola (FUNDAG).
 
SERVIÇO
Lançamento do Atlas Socioambiental da Bacia do Ribeirão das Anhumas
7 de agosto, às 14h, na Sede do IAC, em Campinas, avenida Barão de Itapura, 1481, Campinas, São Paulo.

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