A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo inaugura, no dia 3 de dezembro, às 10 horas, o inédito Laboratório Interinstitucional de Sanidade em Aquicultura (LISA), fruto de parceria entre o Instituto Biológico (IB) e o Instituto de Pesca (IP), vinculados à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA). O laboratório - que recebeu investimentos de R$ 145 mil do Governo do Estado e R$ 120 mil da FAPESP (infraestrutura, móveis e equipamentos) - foi idealizado para atender demandas da aqüicultura paulista e brasileira, o setor de produção animal que mais evoluiu nos últimos anos, de acordo com os pesquisadores Márcio Hipolito (IB) e Claudia Maris Ferreira Mostério (IP).
As atividades realizadas no LISA – criado por meio da Portaria APTA 1.107 (25-11-2010) - vão ter uma gestão conjunta do IB e do IP, com os objetivos de contribuir para o fortalecimento e o desenvolvimento da área de sanidade em aquicultura (ênfase em pesquisa, prestação de serviços e capacitação de recursos humanos); desenvolver pesquisas e análises e prestar serviços na área de patologia de organismos aquáticos; e realizar serviços de certificação sanitária, diagnósticos de enfermidades juntamente com o desenvolvimento de técnicas de diagnóstico e de proteção imunológica, além da prescrição de manejos e tratamentos. Competirá ainda ao LISA divulgar informações técnico-científicas para programas de sanidade de organismos aquáticos e para a sustentabilidade de cadeias de produção de pesca e aqüicultura, bem como para sistemas agrícolas.
A iniciativa tem também o propósito de formar equipe multidisciplinar com capacidade de sistematizar o conhecimento requerido para desenhar a implantação de protocolos de diagnóstico na área de patologia de organismos aquáticos. Dentro deste cenário, formou-se a equipe do LISA a partir de complementaridades e sinergias das duas instituições envolvidas.
A aqüicultura está em franco desenvolvimento no Brasil, impondo-se como atividade pecuária, embora ainda seja considerada por muitos como um apêndice do setor pesqueiro, observam os pesquisadores Márcio e Claudia. Praticada em todos os estados brasileiros, a aqüicultura abrange principalmente as criações de peixes (piscicultura), camarões (carnicicultura), rãs (ranicultura) e moluscos como ostras e mexilhões (malacocultura).
Neste contexto, destaca-se como um dos segmentos agroindustriais bem-sucedidos e atrativos economicamente, afirmam os pesquisadores. “Este rápido avanço está associado, entre outros fatores, à introdução de espécies exóticas e ao uso de espécies nativas. Entretanto, as análises de risco dos animais cultivados põem em evidência que as doenças, ocasionadas por vírus, bactérias, parasitas, fungos e decorrentes de erros e falhas de manejo constituem fatores altamente limitantes à atividade.”
Importância econômica
Desde 1990, a aqüicultura mundial vem apresentando crescimento anual de 8,9%, segundo dados de 1999 da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação). Este percentual é muito superior ao crescimento da indústria pesqueira oriunda da captura (1,4%) e àquele dos sistemas de produção de proteína de animais terrestres (2,8%), para o mesmo período.
No Brasil, a aqüicultura também desponta como atividade promissora, com crescimento superior à média mundial, passando de 20,5 mil toneladas, em 1990, para 210 mil toneladas, em 2001. A receita de US$ 830,3 milhões representa um crescimento de aproximadamente 825%, enquanto a aqüicultura mundial cresceu 187% no mesmo período. No ranking da América do Sul, o Brasil encontra-se em segundo lugar, com 210 mil toneladas, superado apenas pelo Chile (631,6 mil toneladas).
Com o intuito de conhecer e diagnosticar patologias que possam comprometer esta produção, em 2005 foi criado o “GRUPO AQUA”, numa ação de parceria entre os Institutos Biológico e de Pesca. O resultado dessa soma de esforços é a instalação do LISA.
A multidisciplinaridade, associada às missões institucionais do Instituto de Pesca e do Instituto Biológico, deu origem á formação do “GrupoAqua”, que é uma parceira institucional de órgãos da mesma Secretaria de Estado. “O GrupoAqua tem o objetivo de criar, desenvolver e incrementar ações para atividades conjuntas no controle sanitário, através de estudos de processos patológicos”, lembram Marcos Hipolito e Claudia Mostério.
O laboratório vai funcionar na sede do Instituto Biológico na capital paulista. Outras informações podem ser obtidas pelos e-mails hipolito@biologico.sp.gov.br e claudia@pesca.sp.gov.br.
Assessoria de Comunicação da APTA
José Venâncio de Resende
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